Na passada semana ficou claro para todos qual é o resultado, ao nível do emprego, desta política de desastre imposta pela “troika” e dedicadamente aplicada pelos governantes deste País “ocupado”!
A divulgação, pelo INE, dos dados do Inquérito ao Emprego relativos ao 4º trimestre de 2011, veio mostrar a dimensão real do desastre que está a ser imposto. Como sempre disse, a Região Autónoma dos Açores está já a sofrer fortemente as consequências da recessão, sendo que a nível do desemprego tal se expressa por uma taxa de 15,1%, superior aos 14% da taxa nacional.
A situação tende, em geral, para o agravamento e estou em crer que nos Açores esse agravamento poderá atingir proporções muitíssimo dramáticas.
A nossa estrutura económica regional, débil em geral e muito artificial na componente terciária, facilmente colapsa quando o consumo contrai e quando o investimento público municipal e regional diminui fortemente. Todas essas situações se estão a dar em simultâneo e num grau que se acentua cada dia.
Não vale a pena fingir que o que cá se passa nada tem a ver com a política nacional que é feita, sob as ordens da “troika”, pelo PSD e PP, pois tem, obviamente, muito a ver com isso. Também não vale a pena dizer que não há responsabilidades do poder regional do PS, pois elas existem e são tão grandes quanto grande foi a ausência de esforço, desde 1996, em valorizar os sectores produtivos e em criar regras específicas realmente adequadas à realidade regional para o funcionamento da economia, em áreas tão importantes como são os transportes, o comércio, o abastecimento, a energia e outras.
Para salvar o País e a Região Autónoma dos Açores de um desastre económico e social generalizado, o caminho que existe passa pelo abandono urgente desta política de garrote.
Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado em 20 de fevereiro de 2012