Estou a tomar como certo que o protocolo assinado no passado dia 5/11 e que permite levar a toda a Região os 5 canais nacionais, mais a RTP/Açores vai passar, como previsto, a uma fase de execução imediata. A partir de agora, pelo custo de 50€, todos os açoreanos passarão a ter esse acesso, desde que o queiram. Espero que as entidades competentes saibam perceber que há uma faixa, especialmente de idosos sozinhos para quem esses 50€ pesam em demasia e mau seria que não se assegurasse esse direito também a esses nossos concidadãos. Ao ver as notícias sobre esta questão lembro-me de muito do que se disse e fez até ser possível chegar a este ponto; lembro-me dos vários que mudavam de posição como o cata-vento, conforme quem estava no poder lá e cá; lembro-me da dificuldade que foi convencer muitas autoridades nacionais que estes portugueses do meio do Atlântico têm direitos iguais aos demais. Lembro-me, de forma muito especial, daqueles que quer na Região e nos seus Órgãos, quer na Assembleia da República tiveram sempre a mesma posição e que foi a de defenderem a consagração legal desse direito, independentemente do tempo que o poder o levasse a concretizá-lo. O papel do PCP para essa consagração legal foi muitíssimo importante, quer no que toca à difusão geral dos canais nacionais, quer no que respeita ao direito de termos um serviço público de televisão e rádio com dimensão nacional e com dimensão regional. É bom que neste momento não sejam esquecidos todos esses que tornaram o processo irreversível!
José Decq Mota em "Crónicas d’Aquém" No Açoriano Oriental em 10/11/05