A fazer fé na tirada do candidato Sousa em que ele se auto-classificava como representando "a esquerda da direita", e olhando em simultâneo para as outras candidaturas, chegar-se-ia à surpreendente conclusão de que a direita não apresenta candidato à presidência da República no domingo próximo...
Surpreendente mas também, e sobretudo, falaciosa conclusão. E disso mesmo nos veio dar conta Passos Coelho no fim-de-semana passado. O homem que, para mal dos pecados da maioria dos portugueses e em benefício dos senhores do grande capital financeiro, carimbou de forma indisfarçada com a ideologia da direita mais de 4 anos de exercício do cargo de primeiro-ministro em Portugal, veio em nome do PSD reiterar publicamente (em conjunto com o CDS) o seu veemente apoio ao candidato Sousa.
Este veemente apoio, dir-se-ia até desesperado porque vindo de quem entrou em declínio político desde que a Democracia o apeou do cargo de primeiro-ministro, revela bem que o candidato Sousa é sem dúvida, no entender da direita não disfarçada, a tábua de salvação para o ambicionado regresso ao poder. Quando Passos Coelho classifica o actual governo de "anti-governo" e diz que Marcelo é o candidato mais indicado para apoiar "outra solução que venha a ser sufragada pelos portugueses", está claramente a contar com o candidato Sousa, mesmo que este (fazendo o seu papel) o negue de seguida, para derrubar o governo do PS, dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas.
Que o candidato Sousa diga estar entre a direita e a esquerda ou à esquerda da direita... Que tenha substituído uma campanha com ideias e objetivos por uma campanha gastronómica vazia de sentido... Que deixasse de dizer tudo sobre nada enquanto comentador e passasse a dizer nada sobre tudo enquanto candidato presidencial...qualquer destas piruetas pode por ele ter sido dada para que os outros pensassem que está onde não está e assim conseguir os necessários votos à esquerda que o livrariam de, passando na primeira, ser derrotado numa segunda volta. Mas nenhuma dúvida deverá subsistir de que não foi por causa dessas piruetas que a direita deixou de ter o seu candidato e que esse candidato dá pelo nome de Sousa.
Por outro lado, como se comprovou com anteriores titulares do cargo, é mais fácil na esquerda do que na direita encontrar um candidato que, enquanto Presidente da República, venha a estar ao serviço de todos os portugueses e que cumpra e garanta o cumprimento da Constituição. Como se comprovou ainda, por omissão do titular cessante, é mais fácil na esquerda do que na direita encontrar para a presidência da República quem respeite e defenda a dignidade e o rendimento dos reformados, dos trabalhadores e dos jovens vilipendiados pelo governo cessante de Passos e Portas. Cada voto nos candidatos assumidamente de esquerda, seja em Edgar Silva, Marisa Matias ou Sampaio da Nóvoa significa assim um contributo em quantidade para garantir uma segunda volta, e em qualidade para proporcionar o melhor sucesso de um eventual confronto com o candidato da direita. Mas também cada voto em outros candidatos menos assumidamente de esquerda, como Maria de Belém, Henrique Neto, ou Paulo Morais, constituirá igualmente um decisivo contributo para obstar aos desejos de Passos Coelho, Paulo Portas, Cavaco e Silva, e de toda a claque da alta finança, de que o candidato Sousa alcance mais de 50% dos votos expressos à primeira volta.
Pensando ainda nos mais céticos, refira-se sem qualquer dúvida que para o desenvolvimento do país, das suas regiões autónomas e para a reversão das graves medidas políticas que semearam tanta injustiça social durante mais de 4 anos, não só o voto na direita será inútil e até prejudicial, como também o serão a abstenção, o voto em branco ou o voto nulo...
Este veemente apoio, dir-se-ia até desesperado porque vindo de quem entrou em declínio político desde que a Democracia o apeou do cargo de primeiro-ministro, revela bem que o candidato Sousa é sem dúvida, no entender da direita não disfarçada, a tábua de salvação para o ambicionado regresso ao poder. Quando Passos Coelho classifica o actual governo de "anti-governo" e diz que Marcelo é o candidato mais indicado para apoiar "outra solução que venha a ser sufragada pelos portugueses", está claramente a contar com o candidato Sousa, mesmo que este (fazendo o seu papel) o negue de seguida, para derrubar o governo do PS, dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas.
Que o candidato Sousa diga estar entre a direita e a esquerda ou à esquerda da direita... Que tenha substituído uma campanha com ideias e objetivos por uma campanha gastronómica vazia de sentido... Que deixasse de dizer tudo sobre nada enquanto comentador e passasse a dizer nada sobre tudo enquanto candidato presidencial...qualquer destas piruetas pode por ele ter sido dada para que os outros pensassem que está onde não está e assim conseguir os necessários votos à esquerda que o livrariam de, passando na primeira, ser derrotado numa segunda volta. Mas nenhuma dúvida deverá subsistir de que não foi por causa dessas piruetas que a direita deixou de ter o seu candidato e que esse candidato dá pelo nome de Sousa.
Por outro lado, como se comprovou com anteriores titulares do cargo, é mais fácil na esquerda do que na direita encontrar um candidato que, enquanto Presidente da República, venha a estar ao serviço de todos os portugueses e que cumpra e garanta o cumprimento da Constituição. Como se comprovou ainda, por omissão do titular cessante, é mais fácil na esquerda do que na direita encontrar para a presidência da República quem respeite e defenda a dignidade e o rendimento dos reformados, dos trabalhadores e dos jovens vilipendiados pelo governo cessante de Passos e Portas. Cada voto nos candidatos assumidamente de esquerda, seja em Edgar Silva, Marisa Matias ou Sampaio da Nóvoa significa assim um contributo em quantidade para garantir uma segunda volta, e em qualidade para proporcionar o melhor sucesso de um eventual confronto com o candidato da direita. Mas também cada voto em outros candidatos menos assumidamente de esquerda, como Maria de Belém, Henrique Neto, ou Paulo Morais, constituirá igualmente um decisivo contributo para obstar aos desejos de Passos Coelho, Paulo Portas, Cavaco e Silva, e de toda a claque da alta finança, de que o candidato Sousa alcance mais de 50% dos votos expressos à primeira volta.
Pensando ainda nos mais céticos, refira-se sem qualquer dúvida que para o desenvolvimento do país, das suas regiões autónomas e para a reversão das graves medidas políticas que semearam tanta injustiça social durante mais de 4 anos, não só o voto na direita será inútil e até prejudicial, como também o serão a abstenção, o voto em branco ou o voto nulo...
Artigo de opinião de Mário Abrantes