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  3. Cidadãos e políticos: Um fosso absurdo e perigoso
12 junho 2019

Cidadãos e políticos: Um fosso absurdo e perigoso

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Mário Abrantes“Portugal não tem partidos de direita, de esquerda, de nada, tem um bando de salafrários que se reúnem pra roubar juntos”. É frequente encontrar esta citação, atribuída ao escritor José Saramago, seja nas redes sociais, seja nas manifestações dos lesados do BES, ou nas bocas de muita gente.

Ora como foi denunciado este mês pelo insuspeito Polígrafo da rede SAPO, isto é falso. A frase deveria referir-se ao Brasil e pertence a um brasileiro Diogo Mainardi, que até escreve o “pra” em vez do “para”, coisa que dificilmente Saramago faria…

Mas a questão é mais profunda. Se Saramago alguma vez tivesse dito isto, estaria a ser profundamente demagógico e desonesto a começar por si mesmo enquanto ativo militante de esquerda, inclusivamente com vínculo partidário. Quem utiliza esta frase em seu nome, por ignorância ou malvadez, pretende com isso proclamar levianamente ou com objetivos inconfessados, sempre em tom depreciativo, os seus derivados mais comuns: “Os partidos são todos iguais” ou “os políticos são todos iguais”. Desta forma, não poucas vezes intencionalmente, se vai cavando um fosso absurdo e perigoso entre políticos e partidos para um lado, e cidadãos (pressupostamente) sem partido e sem motivações ou interesses políticos, para outro…

Fica-se com a sensação de que, em consequência desse fosso absurdo e perigoso, os cidadãos deveriam recusar-se a votar em qualquer partido por serem todos igualmente inconvenientes e indesejados. Sabido que todos os “políticos” (sérios ou não) são cidadãos, e que a maioria dos cidadãos (sérios ou não), mesmo sem desempenhar cargos ou assumir responsabilidades políticas por si ou mandatados pelo voto, ainda assim são “políticos”, enquanto defensores dos seus interesses próprios no seio da sociedade, se aceitássemos aquele pressuposto, ficaríamos perante a situação absurda de que a sociedade não necessitaria de políticas (que só podem ser executadas por cidadãos, partidos e governos, é bom lembrar) que defendam os interesses coletivos dos cidadãos e o seu progresso, social, económico e de bem-estar, enquanto seres humanos e habitantes do planeta.

Nesta linha, e por incrível que pareça, um “político” eminente como Rui Rio veio recentemente defender a redução do número de deputados eleitos pelas forças políticas concorrentes a eleições parlamentares, substituindo-os proporcionalmente aos votos brancos e nulos, o que, a acontecer, favoreceria a cada vez menor pluralidade da representação política e, no limite, o regresso ao partido único e à ditadura, tendo por trás, inevitavelmente, os interesses dominantes na sociedade...

Além disso este fosso absurdo e perigoso favorece a transposição para o campo político de protagonismos e ambições pessoais de que são exemplo os partidos de um José Castelo Branco ou de um Tino de Rans que, pelo achincalhamento que fazem da política, contribuem para o cavar ainda mais.

Como dizia recentemente José Pacheco Pereira numa das suas crónicas, “A génese do populismo dos dias de hoje, em democracia, está nesta dicotomia: o povo é intrinsecamente bom, altruísta, honesto, trabalhador, desprovido de más intenções, verdadeiro, deseja o bem para todos, e os “políticos” são o exato oposto, maus, egoístas, desonestos, preguiçosos, mal-intencionados, mentirosos e desprovidos do sentido de solidariedade, só de interesse próprio. Esta dicotomia não é verdadeira, e acima de tudo é antidemocrática.”

E, de momento, com esta me fico…

Artigo de Opinião de Mário Abrantes

Tags: Política Nacional;
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