A Assembleia Legislativa Regional dos Açores realizou a sua primeira sessão de trabalho na passada semana. Foi o início de uma Legislatura e foi um muito mau início.
Provavelmente com ansiosa vontade de mostrar uma acentuada diferença de capacidade interpretativa em relação ao seu antecessor, o Presidente da ALRAA, Francisco Coelho, meteu-se numa alhada da qual saiu muito mal. Decidiu, em nome da Mesa, que não era necessária votação do Programa do Governo, mas depois não foi capaz de sustentar essa decisão e reabriu o ponto, colocando o Programa à votação.
Decidir alterar, em segredo, a forma de actuar, quanto ao Programa do Governo, foi uma atitude pouco responsável do Presidente da ALRAA que se aproxima muito da actuação própria de um “rapaz pequeno”.
Decidir alterar, em segredo, a forma de actuar, quanto ao Programa do Governo, foi uma atitude pouco responsável do Presidente da ALRAA que se aproxima muito da actuação própria de um “rapaz pequeno”.
De facto se o Presidente queria aplicar a interpretação de que só haveria lugar a votação explícita se houvesse moções de rejeição ou de apoio, então teria que ter informado, na Conferencia de Lideres, essa sua intenção, por forma a que os vários partidos pudessem decidir se promoveriam, ou não, qualquer Moção. Teria também que consultar a Mesa, para saber se essa era a opinião desse Órgão, mas não o fez. Tudo isto visava evitar que ficasse claro que apenas o PS apoia o Programa do Governo e criar a ideia que os partidos da oposição “tinham medo” de apresentar uma moção de rejeição.
Francisco Coelho, ansioso por se demarcar de Meneses, escondeu do Órgão que representa (a Mesa) e dos partidos da oposição aquilo que pretendia fazer, evitando, assim, o aparecimento de moção de rejeição. Só que não se conseguiu aguentar e teve que recuar com uma velocidade inspirada no seu próprio nome.
José Decq Mota, no "Diário Insular", no dia 16 de Dezembro de 2008