![José Decq Motta José Decq Motta](/images/stories/fotos/jose_decq_motta.jpg)
Estamos a viver as consequências inevitáveis dos muitos anos de domínio de um tipo de neoliberalismo selvagem, onde a legalidade serve de capa às mais monstruosas ilegalidades, onde as pessoas não são consideradas como tal, onde o poder politico existe para servir todos os interesses do poder económico, onde a corrupção penetra em profundidade no tecido social, onde as insultuosas assimetrias sociais são vistas como “inevitabilidades” que não podem ser combatidas.
No ano que agora termina a crise financeira funcionou, à escala mundial, como um sismo que abalou os muito frágeis alicerces de uma economia geradora das maiores injustiças e bestialidades. No ano que agora termina a eleição do Senador Obama como Presidente dos EUA funcionou como um sinal de que as sociedades, vendo-se entre a espada e a parede, são capazes de dar passos que não eram considerados possíveis.
Estamos em plena crise económica e nada sabemos sobre o que vai suceder no próximo futuro, mas uma coisa há que hoje é partilhada por um numero muito maior de mulheres e homens, e que é a certeza de que muita coisa tem de mudar.
Vamos para 2009 com a profunda certeza de que têm que ser encontrados outros e novos caminhos.
Um bom ano para todos.
José Decq Mota, no "Diário Insular", no dia 30 de Dezembro de 2008