Os Faialenses estão de parabéns, pois o PSD, muito embora ainda não
tenha candidato a Presidente da Câmara, já tem linha política de
ataque demolidor. Esse ataque demolidor resume-se a uma frase, parece
que inventada pelo deputado municipal Carlos Faria e alegremente
adoptada pelas cabeças mais pensantes que estão no activo.
Suponho, pois é de supor, que as cabeças pensantes em reserva influente, também concordam com essa tese demolidora.
Os faialenses estão de parabéns, repito, pois este PSD/Faial, nunca recomposto da perda grande de votos que foi tendo ao longo dos anos e, principalmente, nunca recomposto da perda enorme de influência social, aparece agora, com uma postura fora da realidade, sem qualquer ligação à vida vivida e sentida de todos os dias. Isso é bom para o Faial porque torna mais fácil perceber que este PSD não é alternativa a coisa nenhuma.
Para os principais dirigentes do PSD/Faial, a Câmara PS/CDU é “a pior de sempre”. Sabem porquê? Porque não fez obras grandes com dinheiro comunitário. Só não é dito, pelo PSD, que esse dinheiro ainda não foi disponibilizado.
Como membro que sou (pela CDU) desta Câmara, tenho que reagir para dizer que esta foi e vai ser até ao final uma Câmara normal.
Normal no grau de execução orçamental, que descontando os fundos comunitários ainda não disponibilizados, é muito elevado em relação ao dinheiro mesmo existente.
Normal no empenho em promover iniciativas úteis em áreas como a cultura, o desporto, a acção social e outras.
Normal no empenho em regularizar a dívida de curto prazo, que tinha crescido anormalmente no anterior mandato.
Normal na regularização de muitos problemas organizativos e na recuperação dos Paços do Município.
Normal no esforço para melhorar os serviços urbanos, acentuando a mecanização e reorganizando os seus próprios serviços.
Esta é uma Câmara normal, sem dúvida, mas também sabe tomar atitudes bem inovadoras e de ruptura com orientações anteriores.
A abertura de instalações próprias para a Assembleia Municipal, com salas para todos os grupos de deputados, é apenas um exemplo do apego ao funcionamento democrático dos órgãos autárquicos.
No topo dessas atitudes inovadoras está uma decisão que, desde 1986, ninguém quis tomar de forma séria e que é o lançamento da grande obra de captação, tratamento e eliminação das águas residuais, de construção de uma nova rede de águas para abastecimento público e de encaminhamento das águas pluviais da cidade da Horta. O concurso público foi feito, a análise das propostas está concluída e a adjudicação da obra está por semanas.
Com esta obra a Horta será profundamente modernizada, e tenho imenso orgulho de ser um dos representantes de uma força política (a CDU) que em conjunto com outra (o PS), tiveram a coragem de enfrentar esta situação. Por seu turno, o PSD, o mesmo que diz o que diz, quis a cómoda posição de ficar de fora de uma corresponsabilização por esta obra, embora tenha sido insistentemente instado a envolver-se no processo.
Esta Câmara, de maioria plural PS-CDU, será certamente lembrada por várias coisas mas a coragem da lançar o saneamento, será o ponto diferenciador do futuro.
O PSD/Faial, fraco e com metade dos votos que já teve, assenta a sua actividade na efémera força das palavras violentas ditas sem fundamento. Com essa orientação certamente não irá muito longe, o que, a avaliar pelo que os seus dirigentes dizem e pensam, só é bom para o Faial.
José Decq Mota, no jornal "Tribuna das Ilhas" em 20 de Fevereiro de 2009