A questão da construção das RESAs (Áreas de Segurança no Final da Pista) do aeroporto do Faial está em cima da mesa dos sucessivos governantes desde os anos 90 do século passado, e não se trata com certeza de um assunto menor, numa região arquipelágica onde a exigência de mobilidade, por questões de trabalho, saúde e educação, é premente e inevitável.
A notícia de que a ANA/Vinci, para cumprir a obrigação que lhe é imposta, se prepararia para construir tais áreas diminuindo as dimensões da pista atual do aeroporto da Horta (e tornando assim impossíveis as ligações diretas com o continente operadas por Airbus 320), suscita a justa indignação dos faialenses, mas não deveria surpreender ninguém. A CDU sempre afirmou que a concessão da ANA à Vinci seria um erro, especialmente sem se ter assegurado um conjunto de obrigações, entre as quais as obras de manutenção e ampliação da pista do Faial. A ANA/Vinci está a fazer exatamente o que era esperável: em nome do proveito económico, sacrifica os interesses de uma inteira ilha e do próprio triângulo. O contrário é que seria de espantar.
O caso da pista do Faial deveria fazer refletir quem ainda não aprendeu a lição: nunca será demais lembrar que, quando a TAP foi privatizada pelas mãos do PSD e CDS-PP, deixou logo de voar para o Faial, Pico e Santa Maria, e se estas rotas necessárias continuam a existir foi só porque a Azores Airlines assumiu estas ligações.
É por isso que a CDU insiste na necessidade de que as empresas estratégicas sejam públicas: não por cegueira ideológica, mas por saber que este é o único modo de garantir que elas assegurem os serviços necessários à população, mesmo sem ter lucros astronómicos. Dependerá apenas da sua boa gestão que a companhia pública regional não se torne deficitária: contrariamente ao que os arautos das privatizações afirmam, uma gestão sem perdas é possível.
E assim como hoje é preciso exigir a ampliação da pista do aeroporto internacional da Horta - e não a sua limitação e diminuição, que trariam um enorme prejuízo ao Faial - os açorianos devem ser chamados a defender a Azores Airlines pública: porque só assim se poderá evitar um incalculável retrocesso no nosso desenvolvimento como Região.
Em relação ao problema urgente que se levanta no Faial, e à ameaça que este representa, a CDU está comprometida, como sempre, a acompanhar a população na sua luta, e manifesta, mais uma vez, a condenação das políticas de direita que permitiram tal situação. E enquanto força candidata à Assembleia da República, compromete-se a defender os interesses reais das pessoas.
Porque é hora de mudar e é hora de fazer: a Região está cansada de ser adiada. Cada açoriano poderá contar com uma voz em sua defesa, independentemente da origem dos eleitos pela CDU, porque qualquer um dos seus candidatos representa e defende todas e cada uma das ilhas, pretendendo sempre abrir novos horizontes de defesa e conquista dos direitos inscritos na Constituição da República Portuguesa.