É impossível ignorar os problemas ambientais e as consequências das alterações climáticas, por muitos negadas e relativizadas. Judite Barros da Costa primeira candidata da CDU à Assembleia da República pelos Açores, numa lista composta por elementos do PCP (Partido Comunista Português) e do PEV (Partido Ecologista os Verdes), quis dar relevo a uma das entidades que promovem e defendem o ambiente: a APPAA (Associação para a Promoção e Proteção Ambiental dos Açores), associação não governamental, sem fins lucrativos que, há dois anos, tem um notável papel interventivo na chamada de atenção para questões de fundo, no que diz respeito ao equilíbrio entre natureza, ambiente e desenvolvimento. A reunião deu-se na Cidade da Ribeira Grande, sede de concelho que possui uma das zonas protegidas dos Açores, a Lagoa de Fogo: as intervenções governamentais nesta zona têm gerado posicionamentos firmes, na alerta e na defesa deste espaço único de vegetação endémica e da floresta Laurissilva, por parte desta associação.
Uma política ambiental séria deve assegurar a preservação dos sistemas ecológicos e da biodiversidade, e combater os problemas associados ao consumismo desenfreado. Infelizmente, não se trata já de prevenir, mas mesmo de mitigar os efeitos nocivos das alterações climáticas na segurança, na saúde, na economia, na qualidade de vida de todos, e em particular dos açorianos, que vivem numa realidade extremamente exposta a eventos extremos.
Para isso, considerou-se de extrema importância a implementação de uma política de educação ambiental, envolvendo, naturalmente, os jovens e agentes educativos, bem como de uma gestão dos recursos hídricos e energéticos que passe por uma convergência positiva entre o ambiente e as atividades humanas, como a agricultura e as pescas, protegendo os bens essenciais à nossa existência.
Ficou sublinhada a necessidade de uma rede de transportes públicos capaz de levar a uma redução do parque automóvel e das emissões de CO2 dos carros, e de promover mais e melhor saúde, fornecendo às populações meios de deslocação mais acessíveis, práticos e céleres, facilitando o acesso aos locais de trabalho ou serviços múltiplos.
A reunião terminou ressalvando-se a importância de políticas que invistam no desenvolvimento da investigação científica e tecnológica, visando a evolução dos meios de produção e uma atividade económica cada vez menos poluente, com a rejeição do patenteamento da vida e dos organismos geneticamente modificados, que transformam em mercadoria o que é de todos. Relembramos que a ciência e a tecnologia podem ser, e têm sido, agentes de denúncia, comprovação e alerta para todas as alterações climáticas emergentes.
Não é negando a existência de alterações profundas no nosso planeta, clima e ecossistemas, ou condenando as ações dos ativistas climáticos que resolveremos as questões prementes que se nos colocam. A luta faz-se de duas formas: na rua, manifestando, alertando e denunciando; nas urnas, votando e escolhendo representantes e políticas que defendam de forma coerente, honesta e firme um mundo melhor, um país melhor, uma região melhor. Ao falarmos de Ambiente, falamos de ecossistemas, de perspetivas para os jovens, de economia, de turismo, mas também falamos de trabalho, de saúde, de transportes: falamos da qualidade de vida no seu todo, e é para esta dimensão integral da defesa ambiental que a CDU se compromete a agir, estando sempre e apenas vinculada aos interesses das populações.