A CDU reafirma que o Plano e Orçamento da Região para 2024 não só não resolve, como agrava os problemas socio-económicos dos açorianos, continuando a não dar respostas às necessidades mais urgentes e adiando as soluções que se impõem. É facilmente verificável que o Governo Regional PSD-CDS-PPM, com apoio da extrema direita e do PAN, opta por ignorar, mais uma vez, os principais problemas da ilha de São Jorge, tais como o despovoamento da ilha e a necessidade de restruturação do sector agro-pecuário – principal alavanca económica da ilha, e que se depara com problemas como a não renovação geracional na produção e na transformação, a falta de incentivo e promoção de outras atividades dentro deste setor (tais como a produção de hortícolas e frutícolas), a diminuição do preço real pago ao produtor de leite, a diminuição da produção de leite e a diminuição dos rendimentos reais de quem trabalha nas indústrias transformadoras do queijo. A CDU também vê com muita preocupação a actual situação da indústria Santa Catarina, onde a privatização não veio melhorar em nada nem a produção da indústria nem as condições de trabalho dos seus trabalhadores.
A CDU lamenta que, no Plano e Orçamento Regional de 2024, apesar de aumentar a verba atribuída para a ilha, o montante real disponibilizado não seja suficiente para colmatar os erros cometidos nos últimos anos, uma vez que tem sido baixa a execução dos anteriores Planos e Orçamentos. É de realçar ainda que este aumento de verba com o aproximar de eleições, não pode deixar de simbolizar, mais uma vez, a utilização de fundos do Estado para a autopromoção da força política em governação. São sinais de uma política incoerente, inconsequente e negligente para a ilha e para os jorgenses.
Os documentos regionais agora em discussão realçam antigas promessas como “a promoção das condições de acessibilidade, mobilidade e segurança rodoviária, com um enfoque particular na ligação entre o norte e o sul da ilha através da requalificação da via transversal”. Há quantos anos os jorgenses ouvem estas promessas?
Juntando a esta novas promessas, tais como um estudo para ampliação da marina de Velas. Mais um, dos muitos que têm surgido ao longo dos últimos anos. Os jorgenses estão fartos de estudos e precisam de ações concretas, mas o que este executivo tem a oferecer são estudos. Para a CDU São Jorge é insuficiente!
A CDU São Jorge sempre se afirmou como força política construtiva, mas o que sucessivos governos têm feito é ignorar as propostas desta força política. Propostas que efetivamente melhorariam a qualidade de vida dos jorgenses e não precisariam de estudos feitos à medida para resolver a situação em que a ilha se encontra.
Medidas como:
· A construção de um Centro de Saúde de raiz no Concelho de Velas, como única solução para as infraestruturas do futuro do sector da saúde – As obras há pouco inauguradas não são menos que
uma operação de maquilhagem num edifício que não teve, não tem, nem nunca terá condições para ser o principal edifício de saúde da ilha;
· Reforço dos voos diretos para a ilha de São Miguel e criação de um passe intermodal (terrestre, marítimo e aéreo) para as ilhas do Triângulo;
· Certificação da pista do Aeroporto de São Jorge para voos noturnos, com vista a melhorar a segurança da infraestrutura e a melhorar a operação da SATA;
· Reforço os transportes públicos, nomeadamente as ligações dos transportes terrestres entre as sedes do concelho e as freguesias;
· Médico de família para todos os jorgenses e mais consultas de especialidade;
· Requalificação dos caminhos agrícolas e dos postos abastecedores de água para melhor acesso às explorações e garantia das condições de trabalho dos produtores;
· Criação de um Plano Regional para a fixação e captação de população nas ilhas que têm vindo a perder população (como é São Jorge), mediante a atribuição de bolsas de habitação a custos controlados para efeitos de arrendamento ou compra, promovendo assim a recuperação do edificado habitacional do estado, da região e dos municípios;
· Aumento dos apoios à diversificação da produção regional, na agricultura e nas pescas, e investimento no setor da transformação para a dinamização de um verdadeiro mercado interno;
· Aumento do número de camas nos lares de idosos, sobretudo no concelho da Calheta;
· Pelo menos, 1% do orçamento global do PORAA para a Cultura.
A CDU, consciente dos problemas vividos pela população da ilha de São Jorge, irá continuar a lutar por uma ilha com uma economia produtiva e diversificada, com condições dignas no setor da saúde para profissionais e utentes, pelo aumento dos rendimentos de quem trabalha, pelo desenvolvimento e sustentabilidade do setor cultural e social e por um progresso sustentável e harmonioso com a natureza e o meio ambiente.
CDU São Jorge