“Os Verdes” contestam a construção de incineradora em São Miguel e reafirmam a sua oposição a este método de tratamento de resíduos.
Com a recente notícia de lançamento de novo concurso para a construção de uma incineradora de resíduos na ilha de São Miguel, Açores, o Partido Ecologista “Os Verdes” reafirma a sua oposição à construção de centrais de incineração de resíduos nesta região.
A queima de resíduos domésticos não é inócua do ponto de vista ambiental e de saúde pública, resultando na libertação de subprodutos para atmosfera que constituem uma forte ameaça para os ecossistemas e para as pessoas, como é o caso das dioxinas, dos furanos e dos metais pesados. Estes compostos estão associados a efeitos cancerígenos e como se bio acumulam, quer no organismo humano quer no meio ambiente, têm efeitos e consequências de longo prazo tanto nas pessoas como em todo o ecossistema.
Com a recente notícia de lançamento de novo concurso para a construção de uma incineradora de resíduos na ilha de São Miguel, Açores, o Partido Ecologista “Os Verdes” reafirma a sua oposição à construção de centrais de incineração de resíduos nesta região.
A queima de resíduos domésticos não é inócua do ponto de vista ambiental e de saúde pública, resultando na libertação de subprodutos para atmosfera que constituem uma forte ameaça para os ecossistemas e para as pessoas, como é o caso das dioxinas, dos furanos e dos metais pesados. Estes compostos estão associados a efeitos cancerígenos e como se bio acumulam, quer no organismo humano quer no meio ambiente, têm efeitos e consequências de longo prazo tanto nas pessoas como em todo o ecossistema.
Por outro lado, a queima de resíduos aumenta substancialmente o contributo de Portugal para a presença de Gases com Efeito de Estufa (GEE) na atmosfera contribuindo para o agravamento das Alterações Climáticas, que terão forte impacto numa região tão vulnerável como os Açores.
Também as cinzas que resultam da queima do lixo têm elevados teores de metais pesados e substâncias tóxicas, sendo por isso consideradas como um resíduo altamente tóxico e perigoso, que necessita de acondicionamento em aterro especial com elevadas normas de segurança, o que mesmo assim não evita a sua dispersão pelo meio ambiente.
As dioxinas e metais pesados libertados na atmosfera pela incineração são compostos bioacumuláveis nomeadamente nas regiões adiposas dos animais e seres humanos, nomeadamente no leite. Isto coloca em risco agravado a saúde materna como a dos filhos lactantes.
Sendo os Açores, e particularmente São Miguel, uma das principais regiões produtoras de leite e produtos lácteos, sujeitar este produto regional, fundamental à economia, a esta ameaça é pôr em causa um produto que se quer de excelência. Isto sem falar no impacto que a presença duma unidade destas pode ter também no turismo, quando se pretende fazer uma promoção dos Açores como um destino turístico eco sustentável.
Do ponto de vista energético será muito mais importante a ilha e para a região apostar nas energias renováveis, nomeadamente na eólica e na solar térmica ou voltaica, e continuar a desenvolver o aproveitamento da energia geotérmica, contribuindo para a redução de GEE na atmosfera.
Do ponto de vista da gestão dos resíduos, e tendo em conta a particularidade da região dos Açores, o problema tem de ser abordado de forma global e a montante. Ou seja, tem que se reduzir substancialmente a potencial criação de resíduos.
Para isto, é fundamental a aposta numa separação e recolha diferenciada dos resíduos orgânicos e biodegradáveis, que constituem grande parte do volume do lixo doméstico, e a sua valorização em sistemas de compostagem que possam ser depois utilizados na agricultura, reduzindo ainda a dependência da região da importação de fertilizantes. Deve haver também uma forte aposta numa política de redução de embalagens e de redução drástica de sacos plásticos, aliás, propostas pelas quais “Os Verdes” se têm batido ao longo dos anos. É importante também empreender um maior esforço na reciclagem de muitas embalagens que ainda vão para o aterro.
Queimar será sempre a solução mais fácil para alguns, especialmente do ponto de vista da gestão e da obtenção duma rápida rentabilidade. E isto ignorando a elevada quantidade de dinheiros públicos que, num momento de crise económica para o país e para a região, serão gastos na construção deste novo “elefante branco”. Mas o legado que se vai deixando a longo prazo é demasiado doloroso para este nosso país e para este nosso planeta que já começa a ter sérias dificuldades em lidar com as agressões a que os seres humanos o sujeitam. Queimar é sempre uma solução que contraria uma estratégia de redução, de reutilização e de reciclagem, pois uma incineradora terá sempre necessidade de lixo para ser rentável.
Reduzir substancialmente os resíduos, promover a reutilização e criar um forte sistema de reciclagem é a abordagem mais correta. Mas nada disto será possível sem uma forte aposta do Governo Regional e das autarquias na educação ambiental da população açoriana, uma educação que parece cada vez mais descuidada e abandonada, sem acompanhar as necessidades ambientais e ecológicas dos Açores.