O PCP/São Miguel comemorou hoje o 96º aniversário do PCP.
No jantar em Ponta Delgada, onde estiveram presentes mais de 50 pessoas, foi ainda homenageado Manuel da Ponte, militante com 98 anos e uma enorme força e dedicação ao PCP e às forças que sempre lutaram pelo progresso da ilha e da região.
Animados pela consciência de que a capacidade de resistência, de luta e de intervenção, mesmo nas condições mais difíceis, dão aos militantes comunistas um papel insubstituível na luta por uma vida melhor e pela construção de uma sociedade nova, onde o sucesso de cada um seja a condição para o progresso de todos.
Na iniciativa intervieram João Almeida, da Direção Nacional da JCP, e Aníbal Pires, Coordenador Regional do PCP.
A homenagem justa a Manuel da Ponte
O jantar começou com a homenagem ao camarada mais antigo da ilha de São Miguel. Coube a Mário Abrantes, em nome do PCP, falar da sua luta de sempre, afirmando a sua pertença à categoria de "imprescindíveis" de que falava Bretch.
Do camarada são bem conhecidas a sua dedicação à construção de uma sociedade mais justa - muitas vezes com exigência de uma enorme coragem, no período da resistência ao separatismo, onde a afirmação da condição de comunista significava viver ameaçado. Encontrando a mesma disponibilidade, apenas limitada pela sua saúde de 98 anos de vida muito difícil, vê-se hoje a mesma certeza de que o futuro caberá ao povo, e que este será conquistado quando este entender.
O PCP é o partido da Juventude!
Em nome da organização da JCP, João Almeida afirmou os objetivos da juventude de São Miguel. O direito ao trabalho, ao ensino público, gratuito e de qualidade, e o direito a um futuro que seja digno e ao mesmo tempo um contributo decisivo para o progresso da ilha, da região e do país fazem parte das aspirações dos jovens micaelenses.
Neste último ano, a organização da JCP alargou-se, tendo havido importantes momentos de luta. Em cima da mesa colocou-se a necessidade de melhores condições nas escolas, o direito ao emprego e o combate à precariedade. Estas lutas são já a consequência do aumento da influência da JCP, ao mesmo tempo que nessas mesmas lutas se observa o reforço desta que é a organização revolucionária da juventude.
Afirmando que a luta é o caminho, João Almeida lembrou que foi sempre a juventude que esteve na linha da frente dos combates por uma vida melhor e mais digna. Juventude que encontrou sempre no PCP a organização mais consequente nas lutas de cada momento, capaz de trazer pequenas e grandes vitórias, mesmo nas condições mais difíceis - Partido que nunca abdicou da defesa dos interesses dos trabalhadores. Desde a fundação do PCP, ainda na 1ª República, até aos dias de hoje, atravessando 48 anos de fascismo com as mais duras condições de resistência e passando pelo periodo revolucionário, onde o PCP foi fundamental para assegurar, aprofundar e construir um Portugal democrático, João Almeida concluiu que, se não fosse a luta da JCP, do PCP e da Juventude, as nossas condições de vida seriam hoje muito piores.
É neste contexto que a JCP prepara o seu 11º Congresso. Com o lema "Conquistar o presente, construir o Futuro. É pela luta que lá vamos", que resume todas as exigências que se colocam aos jovens micaelenses que aspirem a um futuro melhor! E para isso é necessário continuar o reforço da JCP e do PCP.
Nas próximas eleições autárquicas, é essencial o reforço da CDU!
Aníbal Pires começou por saudar os presentes, comunistas e democratas que vêm nos 96 anos do PCP a força para continuar a lutar pelos interesses dos trabalhadores e das populações.
Assinalando que hoje temos melhores condições de vida, tendo conseguido recuperar alguns dos direitos roubados pelo governo PSD/CDS-PP, o coordenador regional do PCP registou que tal se deveu ao resultado das eleições de outubro de 2015. Com o aumento de votação na CDU e o reforço do PCP e d'os Verdes, abriu-se espaço para a formação de um governo do PS que, não sendo de esquerda, ou "das esquerdas", tendo um programa próprio, governa em minoria na Assembleia da República, e por isso precisa de dialogar com o PCP. Trata-se de uma situação nova onde, como resultado das lutas dos trabalhadores e do povo, o governo minoritário do PS assumiu a reposição de direitos, como a eliminação dos roubos nos salários, a reposição das 35 horas na função pública, a reposição dos feriados roubados, o aumento do salário mínimo, o combate à precariedade e a eliminação das limitações à interrupção voluntária da gravidez, ou mesmo a conquista de novos direitos, como a gratuitidade dos manuais escolares para 370 mil crianças.
Essa situação é profundamente diferente da que se vive na região, já que a maioria absoluta do PS recusa todas as propostas do PCP, em particular as dirigidas à melhoria das condições de vida dos açorianos. Assim é na recusa do aumento do salário mínimo regional, do complemento de pensões, na gratuitidade dos manuais escolares, no combate à precariedadena administração pública, no combate ao desemprego e à estagnação da economia regional ou no investimento das infraestruturas degradadas. Não deixa de ser exemplar o facto do governo não investir no parque escolar público ao mesmo tempo que apoia as escolas privadas. Esse é o resultado de um governo do PS em maioria absoluta.
Ao mesmo tempo, apresenta-se agora uma batalha fundamental - as eleições autárquicas. É neste momento essencial o envolvimento de todos os comunistas e independentes e democratas na construção das listas da CDU. E, nas autarquias, a participação de eleitos da CDU e do PCP significará dar expressão aos interesses e às lutas das populações. Significará, no fundo, um precioso contributo para a construção de uma sociedade nova - onde já não seja o lucro do capital que manda, mas sim o interesse geral da Humanidade!
E para essa batalha podem os açorianos contar com o PCP!