Miguel Viegas, Eurodeputado do PCP, visitou a ilha de São Jorge, acompanhado do coordenador do PCP/Açores, Vítor Silva, e António Machado, eleito na Assembleia Municipal das Velas. A comitiva reuniu com a associação de pescadores e a fabrica de Santa Catarina.
As conclusões da visita expressam bem a limitação que a política da União Europeia significa para os Açores, neste caso com a ameaça de destruição das pescas em São Jorge, com o favorecimento da grande pesca predatória (cerco) e o prejuízo para a pequena pesca artesanal (seletiva). Este problema relaciona-se também com o fornecimento de atum para as conserveiras regionais, incluindo a Santa Catarina. Exemplo disso é o esgotamento da cota do atum patudo em apenas um mês.
Ficou ainda claro que a solução para a Fábrica Santa Catarina não passará pela sua privatização, que virá a destruí-la a curto prazo, mas sim o investimento na sua modernização. Muito pelo contrário, será a sua manutenção na esfera pública que permitirá a dinamização da fábrica e o contributo que esta pode dar para o crescimento económico regional.
NOTA DE IMPRENSA
PCP reclama apoios para a pesca artesanal e para a indústria conserveira
Uma delegação do PCP composta por Miguel Viegas, deputado do PCP no Parlamento Europeu, Vítor Silva, coordenador do PCP/Açores e António Machado, eleito municipal na Vila das Velas esteve na Ilha de S. Jorge onde reuniu de manhã com a associação local de pescadores e visitou a fábrica de Santa Catarina na parte da tarde.
O setor da pesca é fundamental para a economia açoriana e em particular para a ilha de S. Jorge. De acordo com os dirigentes da associação existem neste momento cerca de três dezenas de embarcações em atividade, mas cujo futuro poderá estar em risco caso não se alterem as políticas de pesca da União Europeia. A necessidade de regras que diferenciam a pequena pesca artesanal da pesca do cerco, aliada a um reforço da fiscalização representam as duas prioridades que tem sido apontadas pelo PCP como fundamentais para defender o setor e garantir ao mesmo tempo um melhor abastecimento das fábricas conserveiras da região. O exemplo do atum patudo, cuja quota esgotou-se num mês é bem representativo desta situação.
A visita à fábrica de S. Catarina confirmou por um lado as potencialidades do setor do atum açoriano e por outro a importância da fábrica, que representa hoje um dos principais empregadores da Ilha. O esforço realizado nos últimos anos pela administração e pelos trabalhadores prova, que a fábrica é viável, desde que tenham os apoios destinados a compensar os efeitos da insularidade. A continuidade da fábrica de Santa Catarina depende agora da gestão do passivo da empresa e da realização de investimentos indispensáveis para a sua modernização. O PCP, pela voz do deputado Miguel Viegas, rejeita em absoluto a solução apresentada pelo governo regional de privatizar 80% do capital da empresa. O PCP defende que seja o governo regional a gerir o passivo e a recapitalização da empresa permitindo a realização dos investimentos necessários. Esta é a única forma de garantir a continuidade da empresa e dos postos de trabalho, permitindo ao mesmo tempo que a fábrica de Santa Catarina continue e ser um emblema da região, da marca Açores e da ilha de S. Jorge.
Velas de São Jorge, 21 de Setembro do 2018
A DORAA do PCP