O PCP saúda os cidadãos que na noite de dia 17 se concentraram às portas do Teatro Micaelense de Ponta Delgada, em São Miguel, em protesto contra o subfinanciamento que coloca seriamente em risco o futuro daquela prestigiada instituição. Manifesta o seu apoio incondicional à luta dos trabalhadores do Teatro Micaelense, cuja situação laboral, como infelizmente a de muitos outros, é injusta e insustentável.
O PCP sublinha ainda como a incúria deste e dos anteriores governos, especialmente evidente na área da Cultura, também assume um caráter de má gestão dos interesses públicos. A reabilitação deste edifício fulcral para a vida cultural micaelense comportou, em 2004, um grande investimento público. Passados quase vinte anos, pela falta de manutenção, tal investimento pode vir a perder-se, e o Teatro foi ficando cada vez mais incapacitado de desenvolver as suas grandes potencialidades culturais e económicas.
Como os cidadãos que deram vida à iniciativa afirmam, «no quadro de um panorama de desleixo e desinteresse em tudo o que diz respeito à Cultura, também em 2023 as verbas previstas no Orçamento Regional para o Teatro Micaelense não chegam a cobrir as despesas correntes (água, eletricidade, salário, seguros, inspeções obrigatórias, etc.) e a programação».
O PCP manifesta toda a sua solidariedade a estes cidadãos, e em particular aos trabalhadores do Teatro Micaelense. Não se pode permitir que a miopia e a insensibilidade dos sucessivos governos destruam o Teatro Micaelense, um bem que a todos nós pertence, e que deve ser acarinhado e estimado.
O caso de Teatro Micaelense não é, infelizmente, o único exemplo da desvalorização da cultura, das instituições que a promovem e dos profissionais do sector. O PCP volta a reafirmar que não se pode olhar para a cultura como uma despesa ou um luxo, mas sim como um dos investimentos mais importantes que devem ser feitos no desenvolvimento da nossa comunidade regional. Por isso mesmo tem entre as suas propostas estruturantes o investimento na Cultura de 1% dos orçamentos públicos (tanto nacionais como regionais), e reitera o seu compromisso com as justas reivindicações dos trabalhadores e da população da nossa Região.