O PCP expressa a sua solidariedade à comunidade de alunos, pais e profissionais da Escola Santos Botelho, em Vila Franca do Campo, onde na sexta-feira 13 de janeiro os pais e encarregados de educação dos cerca de 200 alunos que a frequentam encerraram a cadeado os portões do estabelecimento, em protesto contra a falta de auxiliares de educação (só quatro, atualmente, quando no passado eram 10).
Situações como esta, infelizmente, são transversais a toda a Região: muito bem estiveram estes pais em fazer ouvir a alto e bom som o seu descontentamento. De facto, passadas poucas horas, já a Secretária da Educação vinha anunciar o reforço exigido: só que, mais uma vez, recorrendo a soluções provisórias, que passam como sempre pela integração de pessoas inseridas em programas ocupacionais e não, como deveria ser, pela contratação no quadro daqueles trabalhadores que respondem a necessidades permanentes.
Como já muitas vezes ocasião afirmamos, a escola pública merece outro tratamento. As medidas que se impõem são outras, são soluções estruturais. A primeira delas é garantir que nas escolas da Região exista um número adequado não só de professores, mas também de auxiliares de educação, pois o que está em jogo é a própria segurança dos alunos, para além do que o seu bem-estar diário.
Estes pais e encarregados de educação, contudo, indicaram o caminho certo. São as populações que, manifestando-se e defendendo os seus direitos, podem forçar os governantes a fazer aquilo para o qual foram eleitos: a garantir que as necessidades dos açorianos sejam tuteladas, tanto na Educação como noutras importantes áreas da nossa vida coletiva.
A viragem necessária passa pela exigência, cada vez mais sentida, de que os trabalhadores sejam considerados o que de facto são: o fator primordial para que qualquer tipo de organização, seja ela prestadora de serviço público ou produtiva, funcione e cumpra a sua função. A política do trabalho que o PCP defende, de combate à precariedade e de trabalho estável, justamente remunerado e com direitos, é o único caminho para resolver os muitos problemas com que diariamente os açorianos se confrontam nas mais diferentes dimensões das suas vidas, e precisamente por isto constitui uma das mais importantes medidas urgentes que temos vindo a propor na Região.
Comissão de Ilha de São Miguel do PCP