Quem vive nos Açores sente em primeira pessoa que a situação social e económica se complica de dia para dia. Os dados conhecidos agora, relativos ao aumento do cabaz de bens essenciais em 6%, vêm provar o que há muito o PCP Açores tem vindo a afirmar: que um número cada vez maior de açorianos experimenta graves dificuldades em fazer face ao aumento do custo de vida. O cabaz de referência para os bens essenciais, atinge agora o valor de 133,52 Euros, o que, representa cerca de 16% do salário mínimo regional.
Já em 2021 se tinha assistido ao agravamento dos indicadores que avaliam as condições de vida e rendimentos dos açorianos, fixando-se assim em 25,1 % o risco de pobreza na Região. Se na altura o risco de pobreza já dizia respeito a um quarto da população, que é uma proporção alarmante, é fácil imaginar os resultados desses aumentos do custo da vida numa região em que salários e pensões estagnaram.
Nos Açores continua a aumentar o número de trabalhadores que empobrecem a trabalhar, e muitos reformados atingiram situações de carência económica difíceis de imaginar.
A este agravamento da situação social o Governo Regional PSD; CDS-PP e PPM, com a cumplicidade de Chega e IL, e passividade PAN e PS que viabilizaram o PORAA, respondem extremando a sua política de direita, que cria cada vez mais desigualdade entre açorianos.
Cegos que estão com os números do turismo - que, no entanto, não parece ter reflexos positivos para a maioria doas açorianos, antes pelo contrário. As privatizações são vendidas pela propaganda do governo regional como a solução para todos os problemas, quando a realidade mostra exatamente o contrário. Esquecem as pessoas e as dificuldades que estas têm em viver nas suas ilhas. Esquecem aqueles que produzem a riqueza na Região com a força do seu trabalho, e fazem muito pouco para travar a perda de poder de compra da maioria dos açorianos.
Mas os açorianos estão insatisfeitos: não basta fazer iniciativas rodeadas de grande propaganda, que não têm um impacto real na estrutura económica da Região.
Desde sempre o PCP Açores, acompanhando a justa luta dos trabalhadores açorianos, tem vindo a reivindicar o que é decisivo: o aumento geral dos salários e reformas, e a fixação do preço máximo dos bens essenciais. É preciso e é possível travar esta política de empobrecimento e de injustiças. Pelo direito a viver melhor na nossa terra, junta a tua à vossa voz.