Como se sabe, o dr. Vasco Cordeiro cessou funções como Secretário da Economia, tal como era sugerido ou reclamado por vários sectores. Acho bem que assim tenha feito, pois é conveniente que, em pré-campanha eleitoral, exista a mais clara separação possível entre funções executivas e a promoção daquilo que se apresenta como programa ou promessa eleitoral.
Apresentada a demissão pelo dr. Vasco Cordeiro, teria que ser nomeado novo titular para aquele cargo governativo. O Presidente do Governo optou por convidar a dr.ª Luísa Chandrel, uma gestora com experiencia naquela Secretaria, onde já desempenhou diversos cargos. Até aqui tudo bem: Vasco Cordeiro dedicar-se-á à campanha eleitoral e Luísa Chandrel vai gerir os assuntos que correm na Secretaria Regional da Economia.
Entretanto, como é da praxe, muitos jornalistas empenharam-se em pedir depoimentos, quer sobre a atitude do dr. Vasco Cordeiro, quer sobre as expectativas criadas pela nomeação da nova Secretária Regional. Cada um dos inquiridos respondeu da forma como entendeu, mas houve um depoimento que surpreendeu toda a gente. Estou a referir-me à resposta do Presidente do Grupo Parlamentar do PS, Berto Messias, que na ânsia de endeusar aquele que o PS indica para vir a exercer o cargo de Presidente do Governo, sentiu necessidade de dizer que, sendo certo que a drª Luísa Chandrel tem condições para exercer esse cargo de Secretária da Economia, não deixou de acrescentar que esse exercício “não seria, naturalmente, ao mesmo nível do antecessor”! Este naturalmente é espantoso!
Seguidismo cego, irracionalidade absoluta, falta de educação e grosseria, são os ingredientes inclusos nesta espantosa declaração do Presidente do Grupo Parlamentar do partido que governa.
Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado em 22 de Abril de 2012
