De forma recorrente, o tema dos transportes e das acessibilidades marca a política açoriana, seja nos programas eleitorais, seja em debates informais, e chega mesmo a ocupar dias e dias das agendas parlamentares da Assembleia Legislativa regional. Nada de estranhar, quer porque vivemos numa região insular quer, e sobretudo, porque ano após ano as apostas em políticas erradas não só não resolvem os graves problemas de acessibilidade e de mobilidade na Região, como os vão agravando.
Nota de Imprensa
Se há sector onde mais se faz sentir a política centralista do poder regional, esse é sem dúvida o dos transportes, designadamente dos transportes aéreos e marítimos.
No tocante ao transporte aéreo, toda a política encontra-se subordinada à centralização dos fluxos de passageiros e de turistas preferencialmente para um único destino, e só a partir daí para os restantes destinos da região.
Como é do conhecimento público, a ilha Terceira está a ser motivo de constantes notícias relacionadas com as suas rotas e com a perda do estatuto de Gateway. Falou-se de um possível cancelamento das rotas da Ryanair para a Terceira, que a Secretaria Regional da Energia, Ambiente e Turismo veio a intitular de “mera especulação”. Para ainda agravar esta situação, durante esta semana foi noticiada a suspensão da rota Terceira – Boston/ Terceira- Toronto. Será esta suspensão definitiva? Os terceirenses não merecem que o seja. Sabemos que a justificação foi a falta de ocupação, mas, novamente, os terceirenses observam que a campanha de promoção da Ilha Terceira não passou do papel.
Podemos assim detetar que a ilha Terceira tem perdido influência a todos os níveis, e que os terceirenses estão a pagar a fatura, confrontando-se com o aumento das dificuldades no dia a dia.
É preciso mudar de políticas, é preciso devolver à Terceira o seu lugar no contexto regional, e isto só se consegue com os devidos planeamento, investimento, gestão e fiscalização. Na nossa opinião, e na opinião da maioria dos terceirenses, infelizmente, isto não tem acontecido.
No tocante ao transporte marítimo, a situação não tem tendência a melhorar. Também neste campo os Açores navegam a duas velocidades. O poder regional não só promove políticas centralizadoras, como desrespeita completamente as mais elementares regras de tratamento equitativo de todos os açorianos.
Torna-se incontornável referir os constrangimentos provocados pelas diversas obras que o Governo Regional encetou a poucos meses das eleições. Criticamos a forma apressada e sem estratégia que foi por exemplo demonstrada no Porto das Pipas: não existiu planeamento para o embarque dos passageiros e a organização daquele espaço enquanto decorrem as obras. Já para não falar da Gare da Madalena e da Graciosa, onde as pessoas recebem as suas bagagens no chão do cais.
Ainda sobre os acessos marítimo, a existência da linha Branca é essencial. A CDU defende que a mesma seja regular e anual, não existindo justificação para a inexistência de uma ligação marítima regular com o Grupo Central. Para a CDU, a ligação entre estas ilhas é essencial seja a nível social como económico.
É bom viver nos Açores. Pena é que o PS não permita que ainda seja melhor, porque melhor é possível. E porque a Terceira e os Açores merecem melhor, é fundamental o reforço da CDU nestas eleições, para combatermos o centralismo exagerado e as políticas que desvalorizam as nossas ilhas.
CDU/Terceira