“Não é possível evoluir”, foi a afirmação mais utilizada entre as freguesias faialenses. Com o objetivo de aprofundar os problemas de cada uma das freguesias e compreender as dificuldades sentidas pelos seus autarcas, os ativistas da CDU Faial reuniram, ao longo de quatro meses, com todos os executivos das Juntas de Freguesia do Faial. Entre a primeira reunião, realizada a 21 de janeiro, com a Junta de Freguesia dos Cedros, e a última, na passada semana, com a Junta de Freguesia da Ribeirinha, conclui-se que o balanço deste trabalho foi muito além do inicialmente esperado.
Constata-se que está instalada alguma desmotivação em alguns executivos pela falta de acompanhamento e por vezes compreensão, seja da Câmara Municipal, seja do Governo Regional. Muitos dos autarcas perguntavam “Como é possível justificarem a extensa delegação de competências atribuídas a uma Junta de Freguesia quando por vezes a abertura de rubrica para essa competência não chega sequer a cobrir um mês para a sua execução?”. Se é de salutar a descentralização, com reforço de delegação de competências em termos de responsabilidades, o que depois se verifica é que parte financeira não acompanha esta responsabilidade e os recursos humanos necessários são praticamente inexistentes. Atualmente, as autarquias locais faialenses acolhem centenas de pessoas ao abrigo dos programas ocupacionais, destinados aos desempregados sem direito a subsídio de desemprego. São estas pessoas que fazem grande parte do trabalho de cada freguesia pois estas praticamente não têm funcionários próprios. São estes programas temporários e instáveis que têm permitido que as freguesias estejam mais limpas e cuidada e que muitos dos seus objetivos sejam alcançados.
Além desta importante questão, os ativistas da CDU detetaram que são várias as áreas a trabalhar. Entre elas o ambiente, nomeadamente a questão da despoluição das nossas ribeiras. Destaca-se ainda a necessidade de implementação de um plano vasto de recuperação da rede
viária, que contemple vias municipais e caminhos florestais considerados pelas freguesias como prioritários, além de uma aposta completa na revitalização e dinamização das zonas balneares.
Na perspetiva dos ativistas da CDU hoje não há, no Faial, uma franca discussão pública dos problemas e desvalorizam-se muitas vezes as nossas potencialidades. É, pois, urgente mudar esta visão depreciativa das qualidades da nossa ilha, alterando também modelo atual de exercício do poder local, fomentando o dialogo construtivo e mais próximo da população.
Para a CDU, a democracia exerce-se junto das pessoas, ouvindo-as e dialogando, de igual para igual, com todos os autarcas e com a população em geral, possibilitando assim a apresentação de soluções que sejam oportunas e valiosas para todos.
O Faial precisa de um poder local que saiba e queira perspetivar o nosso futuro, fazendo evoluir o presente e sabendo usar como força potenciadora o conhecimento profundo que os faialenses têm da sua Ilha.
16 de abril de 2021
Gabinete de Imprensa CDU Açore