O coordenador do PCP Açores, Marco Varela, deslocou-se nos dias 5 e 6 de novembro à ilha das Flores para aprofundar o conhecimento dos problemas da ilha e das expectativas que os florentinos têm, para lhes poder dar voz.
O objetivo foi o de ouvir os florentinos, as suas instituições e os seus representantes locais, conhecer as suas realizações e perceber as suas carências.
No dia 5 de novembro realizou-se uma reunião com o eleito municipal, e com militantes e os ativistas da CDU, no decorrer da qual, e como acontece nas restantes ilhas, foi mais uma vez evidenciado o avolumar-se das dificuldades sentidas pelos trabalhadores, população e produtores, devido aos baixos salários e pensões, ao aumento do custo dos fatores de produção, nomeadamente dos combustíveis, e ao consequente e transversal aumento do custo de vida.
No dia 6 de novembro foram realizadas reuniões com a Unidade de Saúde da Ilha das Flores e o Conselho executivo da Escola EBS das Flores. O que se evidencia, e é comum a todas as instituições com que reunimos, é a falta de resposta ou a resposta insuficiente que se traduz na falta de verbas para fazer face às despesas do dia-a-dia, e que se reflete num claro desinvestimento na ilha.
A Unidade de Saúde da ilha das Flores tem vindo a fazer um esforço para melhorar a resposta dada aos florentinos. Verificámos que está previsto o reforço de profissionais de saúde, com concursos abertos, sendo necessário dar continuidade ao investimento em obras no edifício, e criar condições adequadas tanto para os profissionais como para os utentes. Trata-se de intervenções que estão orçamentadas, e que esperamos não fiquem só no papel das boas intenções. É ainda preciso investir em viaturas novas que permitam a deslocação de enfermeiros e médicos no apoio domiciliário.
Emerge a necessidade de reforçar os meios da Força Aérea, nomeadamente as tripulações de busca e salvamento. Um dos grandes problemas é que o custo do reforço dos meios humanos e do aumento dos combustíveis não é refletido nem acompanhado por um aumento de verbas.
Na educação, há decisões que põem a descoberto o desgoverno deste governo que toma medidas avulsas, sem qualquer planeamento: exemplo disto é o que se passa na EBS das Flores, que se vê confrontada com o fecho da central de compras, que deixou a Escola sem meios para fazer face às despesas mais básicas. A este problema junta-se a falta de professores e assistentes operacionais e técnicos.
Como em todas as ilhas, um dos problemas focados foi a questão da habitação. Há profissionais, seja na área da saúde ou da educação, que querer vir trabalhar para a ilha das Flores, mas, como de resto acontece aos casais jovens, a sua fixação esbarra sempre na falta de habitação.
Para responder aos problemas da Região e dos açorianos, a CDU apresenta uma série de propostas que, a serem aceites e implementadas pelo Governo Regional, dariam um forte contributo para o desenvolvimento da ilha das Flores.
É preciso avançar com medidas concretas
- valorizando salários, pensões e apoios sociais
- defendendo o direito à saúde e o
- defendendo a Escola Pública e para
- elaborando planos para a fixação e captação de população nas ilhas que têm vindo a perdê-la, mediante a criação de habitação a custos controlados para efeitos de arrendamento ou compra, e a recuperação do edificado habitacional do estado, regional e municipal, em articulação com as
Trata-se de medidas ao alcance do Governo Regional, mas este parece estar unicamente preocupado com a sua sobrevivência política, criando, pela sua inércia, as condições para a crescente desigualdade entre ilhas e açorianos.
Entretanto, a nossa Região precisa que se dê resposta aos problemas das pessoas, assegurando a valorização de salários e pensões, o combate à precariedade e à exploração, defendendo o Serviço Regional de Saúde, a Educação.
CDU Flores