Para o PCP Açores, o Programa do XIV Governo da Região Autónoma dos Açores, designado por “Agenda de Governação 2024-2034”, é um enunciado de intenções que pretende agradar a gregos e troianos, para se manter no poder. Pouco ou nada irá contribuir para enfrentar os problemas com que os açorianos são confrontados no dia a dia. Como é afirmado, é um programa de continuidade, e a partir desse pressuposto é fácil prever que os açorianos, que não viram respostas aos problemas de aumento do custo de vida, fragilidade dos serviços públicos, habitação, precariedade e baixos salários, continuarão a não ver soluções. O dito “progresso” deverá significar todo um aumento de privatizações, originando, portanto, a redução de mobilidade dos açorianos, a perda de postos de trabalho, o aumento da precariedade e a entrega e centralização da riqueza nos grupos económicos.
É um programa que fica muito aquém das necessidades e aspirações do povo açoriano em matéria de combate à pobreza e exclusão social, porque terá como consequência um aumento das injustiças e desigualdades. Também não se vê um decisivo estímulo à produção regional, à dinamização do mercado interno e à diminuição da dependência externa.
Para o PCP Açores, o programa apresentado deixa pairar uma neblina em diversas matérias, nomeadamente nas áreas da saúde, educação, transportes aéreos e marítimos e produção. Também não se encontra nele uma autêntica vontade de valorização dos trabalhadores e do trabalho.
O que a Região e os açorianos precisam é de mais investimento público, e não do seu inverso, nomeadamente em áreas acima referidas. O que se lê no programa são respostas vagas, sendo muitas delas intenções que não serão concretizadas pelo Governo Regional de PSD, CDS e PPM.
Quem viabilizou hoje o XIV Governo Regional, aqueles que tanto apregoaram que são antissistema, bem demonstraram que deste sistema são parte integrante, como o foram nos últimos 3 anos ao aprovarem os sucessivos planos e orçamentos ditados por uma política de direita que aumentou as injustiças e as desigualdades entre açorianos e entre ilhas. Hoje fica perfeitamente claro que estas forças políticas “antissistema” estão mais preocupados com os “tachos” que diziam combater do que com os Açores e os açorianos.
Para o PCP Açores fica claro que este conjunto de intenções expostas no Programa do XIV Governo da Região Autónoma dos Açores não aponta para medidas efetivas, cuja concretização contribuiria para fazer face à crise social que se vive na Região.
O PCP Açores defende que só é possível um desenvolvimento regional assente na valorização da produção regional, no reforço dos serviços públicos de qualidade, mantendo na esfera pública as empresas estratégicas para a Região e reforçando o SPER. O desenvolvimento passa por melhores salários, formação profissional, trabalho com direitos, reforço dos apoios às micro, pequenas e medias empresas e produção.
O PCP vai continuar a lutar por mais justiça social, e pelo consequente desenvolvimento regional sustentável, apresentando propostas concretas e realistas que permitam melhorar os rendimentos dos açorianos, relançar a economia, produzir riqueza e distribuí-la equitativamente, promovendo também a criação de emprego com direitos.
Agora como no passado, os açorianos podem contar com o PCP na defesa de uma sociedade mais justa e de um desenvolvimento harmonioso das nove ilhas.
DORAA