O coordenador do PCP Açores, Marco Varela, realizou no dia 20 de julho uma reunião com o Sindicato dos Profissionais dos Transportes, Turismo e outros Serviços da Horta para aprofundar o conhecimento dos problemas dos trabalhadores desta área, e as dificuldades com que são confrontados no dia a dia, para procurar dar-lhes voz. Também foi apresentado o conjunto de propostas que o PCP tem para as diversas áreas abrangidas por esta organização sindical, estando certos de que as mesmas vão ao encontro das suas necessidades e preocupações.
Os trabalhadores e as famílias açorianas sofreram nos últimos anos uma acentuada degradação dos seus salários e rendimentos, com reflexos diretos no seu poder de compra e nas suas condições de vida.
O crescimento da riqueza gerada na Região não reverte para a generalidade dos açorianos. Pelo contrário, aumentam as desigualdades e acentuam-se graves situações de pobreza e de exclusão social.
Esta situação decorre diretamente da degradação salarial a que os trabalhadores têm vindo a ser sujeitos nos Açores. As reduções salariais ou o seu congelamento fazem com que o salário mensal de um trabalhador açoriano seja hoje, em média, o mais baixo do país.
Apesar desta situação, os sucessivos Governos Regionais continuam a recusar aumentar o Acréscimo Regional ao Salário Mínimo.
O Governo Regional de coligação de direita PSD; CDS-PP, PPM com o apoio parlamentar do Chega e Iniciativa Liberal, através das suas políticas e das suas opções, bem como pela sua inércia, não apresenta propostas e medidas para o combate ao agravamento da exploração e das desigualdades.
Os trabalhadores açorianos são forçados a submeter-se a todo o tipo de condições, com horários alargados e polivalência de funções, fazendo com que vários postos de trabalho acabem por ser ocupados por apenas um trabalhador, sem maior compensação pelo esforço a que é obrigado e com os óbvios efeitos em termos do desemprego na Região.
Para o PCP é urgente inverter estas políticas e dar passos decididos na melhoria das condições de vida, direitos e remunerações dos trabalhadores, e na proteção dos seus direitos.
O combate às desigualdades, a defesa dos direitos e estabilidade no emprego, as melhorias dos rendimentos - com um aumento real dos salários nomeadamente no que diz respeito ao acréscimo ao Salário Mínimo Nacional de 5% para 7,5%, ao reforço dos meios da inspeção de trabalho, à negociação do contrato coletivo de trabalho com a Câmara do Comercio, e a uma clara aposta na formação profissional - contribuiriam para o bem-estar de todos os açorianos, sendo uma ação decisiva e indissociável do desenvolvimento das ilhas abrangidas por este sindicato e extensível à restante Região.
A DORAA do PCP reafirma a necessidade, o compromisso e a prioridade de intervir sobre as questões do trabalho com direitos e do combate à precariedade, dando assim o seu contributo no combate às desigualdades sociais e para o desenvolvimento equilibrado de cada ilha.
DORAA
20/07/2022