A gravidade das políticas anunciadas pelo governo, após a encenação na
qual Vítor Constâncio se prestou a protagonizar o último acto, levam-me
a não abandonar este tema.
Faço parte, como é sabido, de uma geração de dirigentes do PCP que se
afirmou nessa qualidade logo após o 25 de Abril de 1974. Privei de
perto, ao longos dos anos, com todos os dirigentes que vinham do tempo
da luta clandestina pela democracia e pela liberdade.
Qualquer referência a Álvaro Cunhal só pode ser de grande admiração e
profundo respeito – admiração pelo seu génio literário e artístico mas
também pelo seu despojamento material, respeito pela sua entrega, sem
tréguas, às lutas dos trabalhadores, do povo português e do
internacionalismo.