Para o PCP, o caminho passa por testar em massa e por acelerar o processo de vacinação. Para o Governo Regional de direita e apoiado pela extrema-direita, a solução passa por medidas que não têm em conta a nossa realidade, tentando ainda acusar outros das falhas que só são suas!
Ao contrário do que tem sido afirmado pelo Governo Regional, as medidas tomadas não estão a surtir efeito. A razão é simples: são decididas longe do terreno e não são adequadas aos Açores. Estigmatizar populações, como aconteceu com a georreferenciação de casas, insinuar que as novas infeções resultam do incumprimento de medidas, quando a esmagadora maioria as cumpre, culpar outros pelos erros no processo de vacinação e afirmar que a comunicação social não contribui para o combate à pandemia, quando esta apenas apresenta a realidade que se vive, são provas de que é preciso repensar a estratégia seguida.
No entanto, ainda mais grave será o autoelogio feito esta semana, quando, desde dezembro, o número de casos diários não abranda. As únicas razões pelas quais se reduziu o número de mortes são a maior experiência acumulada por quem está na chamada linha da frente e pelas populações, e pela chegada de vacinas. A população mais frágil começa a estar protegida: reside aí a explicação, e não no sucesso das medidas tomadas pelo Governo Regional. Comparar a propagação da doença num território contínuo e num território insular é não ter em conta a nossa realidade.
São precisas novas soluções. O dever de quem governa é alterar a realidade para melhor, tarefa que o Governo parece desconhecer. Definir medidas e impor confinamento, com base em critérios estritamente epidemiológicos, tem-se mostrado ineficaz. O que faz falta é tomar as medidas necessárias para que o desconfinamento se faça em segurança: como a realidade demonstra, e o PCP há muito reclama, a solução no combate à Covid-19 passa pela vacinação rápida de todos, pela testagem massiva e pelo rastreio de todos os novos casos. Para tal, a Região tem de assegurar a diversificação da aquisição de vacinas já referenciadas pela OMS e recrutar os profissionais de saúde que são necessários.
A Assembleia Regional pode e deve exigir, junto da República, o fim das patentes das vacinas e a aquisição de vacinas a quem pode vendê-las. Não podemos deixar de confrontar a postura
de afastamento das decisões da Assembleia Regional, quando ainda há meio ano o atual Presidente do Governo Regional afirmava que se passaria exatamente o contrário!
É visível que existe falta de consenso na sociedade açoriana, sentida particularmente na ilha de São Miguel. É notório o crescente isolamento deste Governo Regional, mais preocupado em assegurar a sua sobrevivência do que em responder aos efeitos sanitários, sociais e económicos da pandemia. As crianças e jovens precisam das escolas abertas, para recuperar aprendizagens e socializar! Neste cenário, não é possível ocultar a rejeição crescente pelas medidas restritivas. O efeito nas populações, nos trabalhadores e nos micro, pequenos e microempresários mostra bem a situação dramática que estes vivem, resultado da ausência de medidas adequadas à nossa realidade social e económica. É possível abrir escolas, restauração, serviços, comércio e atividade cultural e desportiva com segurança. O caminho será vacinar e testar em massa!
Ponta Delgada, 03 de Maio de 2021
DORAA do PCP