Nos Açores e um pouco por todo o país, contra os desígnios brincalhões do governo central, registou-se um saudável e volumoso desvio à in-tolerância de ponto carnavalesca. Mas, cinzas adentro, e sem limite de tolerância, outras mascaradas menos saudáveis e efectivamente prejudiciais prosseguem.
A primeira: Um empréstimo sem juros ao Orçamento de Estado, sacado imperativamente pelos brincalhões, aos já rateados e amputados salários de cada um, a partir deste mês, disfarçado de retenção na fonte do IRS. Mascarada que se vai prolongar por todo o ano, para simular, no seu final, o controlo de um défice inatingível senão por expedientes artificiais como este, e que apenas resulta em acumulação sucessiva dos níveis de carência, de pobreza e dificuldades criadas à esmagadora maioria do povo português…Carradas de razão (felizmente cada vez menos amordaçável) têm aqueles que ultimamente se fizeram ouvir, com maior veemência crítica, por ocasião de certas visitas públicas programadas tanto pelo Presidente da República como pelo Primeiro-ministro!