Dentro de poucos dias termina o ano de 2011 e inicia-se aquele que se segue nesta marcha infinita que é o tempo. Termina um ano a muitos títulos mau, numa época em que domina quem quer acentuar desmedidamente a exploração dos seus semelhantes. Termina um ano de ataque feroz aos direitos de quem trabalha e de quem vive de rendimentos do trabalho, por conta de outrem ou por conta própria. Termina um ano em que, em Portugal e na Europa, foram dados passos terríveis no sentido de tentar anular muitos aspectos das transformações sociais positivas que foram construídas no século XX.
Com o memorando de entendimento com a troika, estabelecido pelo anterior governo e subscrito pelo actual, Portugal cedeu na sua soberania orçamental, ficando manietado por tectos sucessivamente mais restritivos do défice público que impedem o País de promover o investimento e o emprego, bloqueando assim decisivamente o que lhe resta da capacidade produtiva instalada.
Foi ontem aprovada na Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores uma moção de rejeição ao Livro Verde do Governo para as Autarquias e o Poder Local, apresentada por Paulo Valadão, eleito pela CDU. A moção foi aprovada com os votos favoráveis da CDU, do PS e do PSD, e a abstenção do CDS-PP.
Na moção aprovada são rejeitadas quaisquer extinções ou fusões de freguesias do concelho, de acordo com a vontade e o interesse das suas populações. Assim, por iniciativa da CDU, deu-se em Santa Cruz das Flores um importante passo para defender o poder local democrático e aquela que é a forma mais participada de intervenção dos cidadãos na vida política do país e na resolução dos problemas locais.