
A
pacatez da minha manhã do último sábado foi, de algum modo,
“perturbada” por uma bombástica declaração do Presidente do Governo
Regional, Carlos César, transmitida numa rádio, segundo a qual “existe
agora no País uma situação grave de anarquia legislativa” que impede o
Governo de governar.
São
tempos inquietantes aqueles que atravessamos. Tempos onde se cruzam
escolhas e caminhos em sentidos diversos e sem retorno, agudizando
contradições, rompendo harmonias, gerando insegurança persistente, mas
também rasgando horizontes e apelando à cidadania e ao seu exercício
activo, ao direito à indignação, à contestação e à luta prolongados e
em várias frentes, pela democracia plena e pela emancipação social.
A notícia de que o governo regional está
interessado em ver constituído um novo instituto público com vista a
concentrar em si, todas as matérias relacionadas com os transportes
terrestres, não deixa de levantar muitas dúvidas e interrogações que,
mesmo após a leitura da proposta de decreto legislativo regional, não
só não se dissipam, como se avolumam, tendo ainda em linha de conta o
facto de estarmos a falar de assuntos muito caros (não só em termos de
importância, mas também de preço) a todos os açorianos: a mobilidade e
os transportes.
Dando corpo aos compromissos assumidos com os açorianos no seu
Manifesto Eleitoral, a CDU Açores interveio de forma crítica, firme e
construtiva no debate do Plano e Orçamento da Região para 2010 e
conseguiu marcar efectivamente a diferença pela relevância da sua
intervenção e pelo conteúdo das suas propostas, que correspondem a
alguns dos problemas mais agudamente sentidos nos Açores.