Artigo de opinião de Mário Abrantes
Como já foi amplamente divulgado, evoca-se amanhã o cinquentenário do assassinato do General Humberto Delgado. Um crime perpetrado por agentes da PIDE (a polícia política do regime salazarista), após ter sido atraído para uma armadilha que lhe foi fatal bem como à sua secretária, perto de Badajoz, por provocadores ao serviço daquela polícia que se fizeram passar por militares opositores à ditadura.
Inteiramente merecidos o preito de gratidão e a homenagem prestados em diversos pontos do país a este corajoso antagonista de Salazar, saído das fileiras do exército ao serviço do fascismo e do colonialismo, tal como posteriormente sucedeu com os heroicos capitães de Abril. Merecia talvez que essa homenagem ocorresse também em Ponta Delgada, onde, mesmo com eleições fraudulentas, Delgado teve uma expressiva votação em 1958.