Artigo de opinião de Mário Abrantes
Com vista sobretudo a preservar as atuais políticas determinantes do rumo do país, está constituído um exército de agentes difusores do contorno e distorção da realidade que, utilizando os imensos meios políticos (governo, presidente e maioria parlamentar), financeiros e comunicacionais de que dispõe, prepara já com afinco o embate das próximas eleições legislativas.
Na verdade, perante uma realidade adversa à permanência no poder dos seus atuais detentores, permitindo augurar uma derrota eleitoral profunda da coligação PSD/CDS, mas também um resultado do PS condizente com a debilidade e incoerência das alternativas que apresenta, isto é, aquém das ambições de António Costa, do que se trata agora é de procurar a qualquer preço, com muita manobra, muita demagogia e muita propaganda, desenhar um cenário pré-eleitoral que melhore artificialmente as posições de cada um destes três partidos aos olhos dos eleitores impedindo-os de pensar sequer por um momento na viabilidade de opções que fujam dum quadro de poder dominado pelos subscritores do memorando, da continuidade das políticas da troika e do Tratado Orçamental da UE.