À sombra inquietante de um Terreiro do Paço que alastra para os Açores e a Madeira, utilizando agora o pretexto do buraco Jardinista (esquecido que foi o anterior, mais nebuloso e nunca esclarecido, descoberto por Passos Coelho), prepara-se para ser descarregado sobre os portugueses, pelo PSD e pelo CDS, um novo pacote de sacrifícios e injustiças embrulhado na proposta de Orçamento para 2012. Dito “além da troika” e que vai “revolucionar” o país, este Orçamento visa em particular e desde já, de acordo com o anunciado pelo primeiro-ministro, um grande ataque à saúde e à segurança social públicas…
Entretanto Seguro, como bom oposicionista que se tem vindo a afirmar, já garantiu que a probabilidade de votar contra aquele Orçamento era de 0,001%, ou seja, para um tal desiderato o governo pode estar seguro que o PS estará 99,999 % ao seu lado!
Os resultados eleitorais na Região Autónoma da Madeira, não modificam a situação política geral naquela Região, mas constituem, a meu ver, uma mexida importante, reveladora, globalmente, de intranquilidade política e social.
Em relação a 2007 Jardim perde 14 pontos percentuais e cerca de 20000 votos, fixando a sua votação nos 48%. Consegue 25 deputados em vez dos 33 de há 4 anos. Dos 256483 eleitores inscritos, foram 71556 os que votaram Jardim, o que, continuando a ser muito, já não é aquele domínio absoluto que vinha de trás.