Acabou, sábado passado, o programa da RDP/Açores, “Manhãs de Sábado”, do qual era primeiro responsável Mário Jorge Pacheco. Acabou no dia que completava 15 anos. Tanto quanto percebi por várias declarações que ouvi, os realizadores e colaboradores do programa mantinham a disponibilidade para o fazer, mas os responsáveis da rádio pública quiseram que ele terminasse. Na minha opinião essa decisão é condenável, roça a estupidez e empobrece muito seriamente a programação da rádio pública regional. Os responsáveis por esta decisão e todos os que a ela se poderiam opor e não o fizeram merecem a mais viva condenação!
Não fazem hoje qualquer sentido aquelas ideias, ditas de desenvolvimento, que por vezes ainda dão suporte a decisões que atingem, limitam ou diminuem, directamente, a qualidade de vida das populações. Qualquer processo de desenvolvimento, para ser autêntico e útil, tem que ser sustentado por investimento necessário, inteligente e bem programado, tem que respeitar e valorizar o património natural e cultural e tem que ter, sempre, como objectivo central, a melhoria, em sentido amplo, das condições de vida das populações.
Tal como vimos anteriormente, os Açores, fruto da situação geográfica, gozam de privilégio relativamente a outras paragens. Por um lado encontramo-nos na rota dos tunídeos migradores e por outro as águas límpidas que nos banham, bem como as correntes marítimas, fizeram com que estas Ilhas (mesmo sem plataforma) e alguns montes submarinos adjacentes, naturalmente fossem ricas em algumas espécies de peixes de otima qualidade (Cherne, Goraz, Pargo, Imperador, Abrotéa, Boca Negra, etc).
Em meados de Janeiro, no salão nobre da Câmara de Ponta Delgada, após um encontro de hora e meia, Carlos César e Berta Cabral fumaram, para o público, um cachimbo de paz. Diziam ambos: “O nosso relacionamento institucional é óptimo”; “apreciamo-nos mutuamente”; “temos muitas coincidências”; “somos capazes de trabalhar em conjunto” porque “primeiro estão as populações!”
Precisamente um mês depois Berta Cabral, após uma reunião da comissão política do seu partido, diz que não revela as boas propostas que o PSD tem para os Açores, para o PS não se aproveitar delas e aplicá-las. Segundo a dirigente do PSD portanto, para o PS continuar a fazer borrada…
Tem dominado a actualidade nacional o anúncio feito, há dias, pelo Bloco de Esquerda, de que vai apresentar, a 10 de Março, uma Moção de Censura ao Governo.
Dada a situação gravíssima que o País vive e dado o facto de essa situação resultar directamente das más políticas realizadas nos planos nacional e europeu, considero legítimo que um partido que luta por novas políticas considere todas as possibilidades de que dispõe para pôr termo a essas políticas, incluindo o recurso à Moção de Censura. Também é legitimo pensar-se que esse tipo de iniciativa pode não ser oportuna num dado momento, por poder, eventualmente, abrir novamente portas a soluções governativas do mesmo tipo que as vigentes ou mesmo piores.