Sócrates proclamava a coragem do seu governo, ao tomar medidas de política que atingiam massivamente, de forma negativa, os seus mais débeis compatriotas. Chefiado agora por Passos Coelho, o governo, com maior coragem ainda (tanta que até se “atreve” a ir além dos compromissos assinados com a troika com a mesma convicção com que os portugueses navegaram para além da Taprobana), alarga e aprofunda a gravidade das, afinal semelhantes, medidas que aplica aos seus (mesmos) mais débeis compatriotas. Os dirigentes da UE saúdam o Governo português por assumir, em nome de uma dívida por explicar (sem responsáveis e impagável nas actuais condições), a empreitada corajosa de penalizar todo um povo por isso, poupando precisamente aqueles que têm vindo a concentrar em suas mãos, nas últimas décadas, a riqueza que ao país tem fugido.