

Todos temos conhecimento, com mais ou menos consciência, que as relações laborais na transportadora aérea Ryanair estão no limbo da legalidade. Desde os trabalhadores de terra ao pessoal de voo, pilotos e tripulantes de cabine, todos eles são vítimas da desregulação da legislação laboral e dos expedientes empresariais que à custa de quem trabalha obtêm lucros chorudos. A Ryanair tem vindo a obter resultados líquidos superiores a mil milhões de euros, este valor está reportado a 2018, ano em que se verificou uma queda nos lucros obtidos.
Por outro lado, são conhecidas, pela generalidade da opinião pública, as facilidades e financiamentos indiretos que os destinos, regiões e países concedem ás operadoras de baixo custo. Claro que os indefetíveis do mercado consideram que tudo isto é, não só normal, mas sobretudo resultante do progresso e uma caraterística das sociedades contemporâneas.
A corrupção parece nunca ter sido tão grande e tão fortemente descredibilizadora dos regimes políticos democráticos ocidentais. Mas a verdade é que ela existe também, e até mesmo em maior grau, nos regimes autoritários e ditatoriais, só que nestes ela é em grande parte censurada, como sucedeu durante os 48 anos de fascismo em Portugal.
O combate à corrupção constitui uma necessidade óbvia, mas já a sua eficácia é, em geral, altamente questionável, quando não esconde mesmo por trás de si objetivos inconfessáveis da parte de quem o promove. Veja-se, como exemplo paradigmático, a esmagadora dimensão que atingiu a denúncia e a luta anticorrupção nos casos de Lula da Silva e de Dilma Roussef no Brasil, quando o imputado crime no caso do primeiro, ainda por provar, se resume a um simples apartamento, e, no caso da segunda, à não existência sequer de qualquer acusação jurídica. Mas ambos, deliberadamente a pretexto do combate à corrupção, foram afastados da presidência do Brasil originando naquele país uma profunda e perniciosa mudança de rumo político, tendo por detrás os grandes interesses económicos, levada a cabo por um presidente com ideologia fascizante cujo governo até já navega em águas bem mais corruptas que aquelas que fizeram cair Lula e Dilma.
As redes sociais proporcionam uma rápida difusão da informação sobre acontecimentos ocorridos nos mais recônditos lugares do planeta. Rede disponível e um smartphone é quanto baste para fazer a “notícia”. Se é mau, Não será. Se é bom, Talvez.
Mais importantes do que estas “fast notícias” são os juízos que se fazem delas e, sobretudo, o objetivo com que são depois difundidas e comentadas. Quantas e quantas vezes e passado o impacto inicial nos apercebemos que afinal, Não era bem assim. Isto para além das leituras enviesadas fabricadas pelos mercenários (uns voluntários, outros nem por isso) das redes sociais. E depois nunca há lugar a um desmentido. Quem leu agora já não lê depois e fica com a “notícia” original, não confirma a sua veracidade não procura outras fontes e, “voilà”, Tá conseguido o objetivo, algumas vezes nobre, muitas vezes nem por isso. É o resultado do mediatismo e do imediatismo que carateriza o nosso tempo onde o espaço para a reflexão deixou de existir. Tudo tem de ser agora, daqui a pouco já não tem interesse. O papel que sempre esteve alocado à comunicação social é hoje um espaço partilhado e anárquico. Se é mau, Não será. Se é bom, Talvez.
O PCP manifesta a sua profunda solidariedade com os terceirenses duramente atingidos pelos temporais e inundações que ocorreram nos últimos dias na sua ilha, e apela a todos os seus militantes, bem como a todas as entidades externas, para que disponibilizem a sua ajuda à população afetada.
O PCP solicita a rápida adoção e concretização de medidas de emergência em termos de apoio às populações. Para além dos aspetos imediatos, chama igualmente a atenção para as necessidades que se colocarão a seguir, nomeadamente para a reconstrução de estradas, moradias e outros equipamentos públicos que as autarquias locais não terão recursos para suportar. Para o efeito, com base nos critérios de solidariedade, importará que o Governo Regional mobilize apoios e se disponha finalmente a resolver de modo definitivo o problema das inundações, não só na Terceira como também noutras ilhas.