Artigo de opinião de Mário Abrantes:
Ponta Delgada é hoje uma cidade virada para o mar. Esta sua moderna faceta começou a desenhar-se no final da década de 80 com o prolongamento da avenida marginal para nascente (que, goste-se ou não, fez desaparecer a velha e bonita Calheta de Pero de Teive e colocar no seu lugar a marina, o edifício do Clube Naval e as novas piscinas), e foi definitivamente adquirida em 2008 (goste-se ou não também) com a inauguração da obra do complexo das Portas do Mar e da gare marítima de cruzeiros. Pelo meio outras obras de requalificação da orla costeira foram compondo e estendendo a viragem da cidade para o mar, como as marginais de S. Roque e da Relva ou o reordenamento da doca e do seu porto.
Todavia, após estes volumosos investimentos ao longo dos últimos 25 anos, um significativo troço da costa de Ponta Delgada foi ficando para trás e permanecido intocável, de forma nenhuma porque a sua beleza e qualidade urbanística merecessem ser conservadas, mas antes porque nele se encontrava instalado um complexo estratégico de abastecimento, trasfega e depósito de combustíveis. Estamos a falar, está bem de ver, das instalações da Bencom SA e da orla marítima que vai desde a Pedreira do Meio no Estradinho até à Nordela em Santa Clara.
Com quase tantos anos como o aterro da Calheta de Pero de Teive efetuado na zona nascente da cidade, esteve, no seu lado poente, a movimentação dos moradores desta zona pela desativação das instalações da Bencom, perigosamente localizadas junto às suas habitações e fonte de permanente e agressiva poluição.
Artigo de opinião de Paulo Santos:
Segundo Aristóteles, um homem com um homem dá uma família, uma família com uma família constitui um povo, um povo com um povo forma o Estado. O substrato humano donde emerge a “polis” foi há muito esquecido pelo processo de integração europeia. Aos ditadores de Bruxelas não interessa se os cidadãos interiorizam ou não as transformações operadas pelos tratados, vigorando sobretudo a teoria da “bicicleta”, segundo a qual a UE se parar, cai.
A respeito das eleições regionais francesas, fica bem mostrar choque com a vitória da Frente Nacional. Uma hipocrisia. Na verdade, a “eurolândia”, à medida que prossegue o seu aprofundamento, transforma-se cada vez mais numa ameaça para a soberania dos Estados e num perigo real para as conquistas democráticas emergentes da luta dos povos após a derrota do nazi-fascismo.