A nova estrutura governativa é uma espécie de “mistura” feita a partir de várias estruturas anteriores, interessando agora discernir os principais traços definidores desta nova forma de organizar.
A estrutura, a este nível, é mais pequena do que a anterior, embora seja maior do que a do primeiro governo de César.
A nova organização concede um enorme poder ao Vice-Presidente que concentra nas suas mãos as finanças, planeamento, administração pública, emprego e competitividade empresarial, criação de emprego, dinamização da actividade económica, fomento das exportações e da inovação, capital de risco e promoção do investimento privado. Isto é, o Vice-Presidente, que transita do anterior Governo, concentra agora as competências que já tinha, com as competências políticas mais marcantes da antiga Secretaria da Economia.
A nova estrutura é totalmente preenchida por quadros oriundos ou residentes nas duas ilhas maiores, que sendo as que, naturalmente, dispõem de mais quadros, não anula o facto de eles existirem também em outras ilhas. Será que na área do PS só existem personalidades com perfil governativo na Terceira e em S.Miguel? Ou será que a área do PS, excluindo do Governo quadros de outras ilhas, quer dizer aos açorianos que o poder regional é mesmo só exercido na Terceira e S. Miguel?
A nova organização mete num mesmo saco todos os sectores produtivos, que saem desvalorizados, pese embora a sua enorme importância económica e social e secundariza claramente a área ambiental. Desvaloriza totalmente o sector das infra-estruturas públicas, quer no que toca a conservação e actualização das que existem, quer no que toca a novos investimentos.
Este Governo novo, liderado por dois políticos, é uma experiencia que, na minha opinião, parece ter mais pontos fracos do que pontos fortes.
Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado em 6 de novembro de 2012